O conhecimento ecológico foi um dos fundamentos do sucesso da expansão geográfica Guarani. Nos sítios arqueológicos que atestam a ocupação dessa população os restos de coquinhos de palmeira carbonizados são vestígios recorrentes por seu fruto resistente. Em dois sítios arqueológicos no extremo Sul de Santa Catarina, Campo Mãe Luzia e Mirante da Lagoa, 102 espécimes de endocarpos carbonizados foram resgatados. Por meio de literaturas especializadas e coleção de referência, 56 espécimes foram identificados como pertencendo à espécie de palmeira Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman (“pindo”), cinco como Geonoma gamiova Barb. (“pindo’i”) e 40 como cf. Arecaceae. Do conjunto, dois vestígios não foram possíveis de serem identificados. A análise desses vestígios, mesmo em pequenos conjuntos, pode marcar um ponto de partida para reflexão sobre a relação entre o povo Guarani e as plantas no passado.

Palavras-chave: Arqueobotânica; Carpologia; Arecaceae

Capítulo 10 – página 237

7ª Conferência da Rede de Geoparques da América Latina e do Caribe
6-9 de novembro de 2024.
ISBN 978-65-01-24299-6

Título E-book: Geosciences center. 2018-2024 Research Projects and Main Contributions
Centro de Geociências. Projetos de Pesquisa e Principais Contribuições 2018-2024. Mação:Instituto Terra e Memória, série AREA DOMENIU, vol. 18.
SSN: 1645-6947Edição ISBN: 978-989-35056-4-9

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O geopatrimônio é constituído por notáveis feições da geodiversidade que merecem proteção. Para valorização e conservação
deste patrimônio, um segmento turístico em desenvolvimento busca interpretar elementos e processos abióticos: o Geoturismo. Os chamados geoparques são territórios propícios para o desenvolvimento do Geoturismo, a exemplo do Geoparque Caminhos dos Cânions do Sul GCCS. Assim, o objetivo do presente trabalho foi o de identificar a percepção dos atores locais do Geoparque quanto ao Geoturismo. A metodologia considerou referencial teórico das temáticas Geoturismo, áreas naturais protegidas e geoparques; e entrevista a atores locais (pesquisadores, turistas e gestores públicos) do geoparque. Os resultados encontrados demonstraram: o conhecimento do Geoturismo pelos entrevistados, bem como a importância dele enquanto atividade socioeconômica e ambiental, apesar dos desafios para a conservação do geopatrimônio do GCCS.

Palavras-chave: Segmentação Turística; Geopatrimônio; Geopark.

1. Ambiente e Desenvolvimento. 2. Sustentabilidade. 3. Tecnologias Sustentáveis para o Desenvolvimento.

Neste texto apresentamos o resultado de um estudo que teve como objetivo compreender o processo educativo proposto no Projeto Aprendendo com os Povos Indígenas, PACPI e as contribuições da Arqueologia para a aprendizagem e o reconhecimento do patrimônio cultural, a valorização das identidades e percepções de ambiente e natureza dos povos indígenas, por parte dos estudantes participantes. O projeto foi realizado com crianças do Primeiro Ano do Ensino Fundamental I do Colégio UNESC, localizado no município de Criciúma, SC, no ano de 2018. A abordagem foi qualitativa tendo a observação participante e a análise documental como técnica e escolha metodológica. Os dados demostraram que as atividades desenvolvidas por meio de visitação, oficinas e registros no decorrer do projeto provocaram engajamento, reflexão e empatia dos estudantes para com os povos indígenas e seu patrimônio cultural.

PALAVRAS-CHAVE: educação patrimonial, patrimônio arqueológico, patrimônio cultural, identidade, prática docente.

O Caminho dos Conventos: Primeira via terrestre conectando litoral e planalto no Extremo Sul de SC. A histórica Trilha Serra da Pedra foi fundamental para o desenvolvimento regional, sendo o primeiro caminho a conectar o litoral ao planalto no Extremo Sul Catarinense. O intenso movimento tropeiro, partindo do rio Araranguá, estabeleceu importantes pontos comerciais e de parada ao longo do percurso.

Palavras-chave: Caminhos das Tropas. Extremo Sul Catarinense. Patrimônio. Paisagem.

This toolkit, Geotourism for UNESCO Global Geoparks, is a comprehensive guidebook designed to assist destinations, communities, and stakeholders in developing and promoting sustainable geotourism initiatives in UNESCO Global Geoparks (UGGps), aspiring UNESCO Global Geoparks and geopark projects.

O município de Torres, pertencente ao estado do Rio Grande do Sul, possui atributos geológicos e geomorfológicos que, associados à sua rica fauna e flora, acabam por criar ambientes com cenários de extrema beleza. Esses ambientes, denominados de geoatrativos, recebem milhares de visitantes do Brasil e do exterior ao longo de todo ano, fazendo com que a atividade geoturística desempenhe um papel importante na economia do estado e, principalmente, na economia local dos pequenos comerciantes e prestadores de serviço. Nesse contexto, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), em apoio à Prefeitura Municipal de Torres, selecionou o Parque Estadual José Lutzenberger, além da área da Torre do Farol, como geoatrativos importantes para passarem por um estudo de avaliação geológico–geotécnica, a fim de identificar se há potenciais perigos geológicos e/ou hidrológicos que possam colocar a vida ou a saúde dos visitantes em risco. Esses estudos, realizados por técnicos do SGB-CPRM, são importantes para orientar e auxiliar, não só a administração pública, mas também os frequentadores dos terrenos onde esses geoatrativos estão localizados, na implementação e proposição de medidas de conservação, segurança e sustentabilidade das atividades geoturísticas desenvolvidas no município.

Os Geoparques Mundiais da UNESCO (UGGp) propõem um conceito holístico de gestão territorial, tendo como fundamento o ideal de que o patrimônio natural, mais especificamente o patrimônio geológico, atrelado ao patrimônio cultural, deve ser preservado ao mesmo tempo em que se promove o desenvolvimento sustentável das comunidades locais. No ano de 2015, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a Agenda 2030, destinada a acabar com a pobreza e proteger o planeta. A presente pesquisa tem por objetivo entender o alinhamento existente entre os UGGps, o desenvolvimento sustentável e a Agenda 2030. Se propuseram os seguintes questionamentos: a) os UGGps podem ser considerados territórios voltados ao desenvolvimento sustentável? b) os UGGps efetivamente contribuem para os objetivos da Agenda 2030? c) além dos oito Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) selecionados pelo Programa Internacional de Geociências e Geoparques (IGGP), há que se falar em cooperação também com os outros nove ODSs? Como resultado, observou-se que os UGGps contribuem efetivamente para a Agenda 2030 por meio de uma série de boas-práticas alinhadas aos objetivos propostos na agenda.

Palavras-chave: Desenvolvimento sustentável, Gestão territorial; Patrimônio Cultural